Belas vitórias aconteceram no esporte brasileiro nas últimas semanas.
O surfista Gabriel Medina foi campeão na etapa de Teahupoo no Taiti, batendo Kelly Slater, o maior surfista da história. Ele tem apenas 20 anos e é um dos grandes nomes do surf brasileiro. Acompanho o Medina há um tempo, no canal a cabo Off, em que estrela o programa Mundo Medina e nos mostra a preparação para os campeonatos, desde a sua alimentação e treinos físicos, como também explora o local onde vai surfar.
Aliás, para quem gosta de esportes radicais, o canal Off dedica a programação ao surf, esqui, skate, caiaque, motocross etc. A maior parte deles embalados com uma excelente trilha sonora, quando não se trata de competições, mas de documentários ou programas especiais.
No esporte coletivo, o vôlei feminino conquistou pela décima vez o Grand Prix. Acredito que o vôlei tenha proporcionado o maior número de vitórias de um esporte coletivo do Brasil. Lembro que a vitória olímpica das meninas há dois anos, nas Olimpíadas de Londres, foi um dos momentos em que mais vibrei com uma seleção. Elas são fantásticas!
Ainda no esporte coletivo, a seleção masculina de basquete conseguiu três vitórias na Copa do Mundo, que teve início na semana passada, tendo perdido apenas para a Espanha, que é superior à seleção de Rubén Magnano (argentino que transformou o nosso basquete, tornando-o competitivo), logo, derrota esperada e compreensível, pelo fato de ser mais difícil acontecer "zebras" fora do futebol.
Essas conquistas mostram como temos talentos em outros esportes, que sequer são lembrados, exceto pelos programas de esporte e por quem acompanha algo além do futebol. Aliás, tenho mais certeza ainda de que o brasileiro torce e quer saber de seleção brasileira de futebol apenas e, sobretudo, quando esta ganha.
Claro que a derrota por 7 a 1 para a Alemanha é um vexame inquestionável, ainda mais em Copa do Mundo, mas se não fosse pelos cinco títulos acumulados e por ter grandes nomes na história do futebol, acredito que o brasileiro ligaria menos para o esporte, apesar da nossa paixão pelo jogo com a bola nos pés, aliada ao fato de não ser estimulada a cultura de se praticar alguma modalidade esportiva desde a escola, bem como por cultivar um sentimento de que "só" vale quando ganha, não indo além, mesmo que o melhor resultado não seja alcançado.
Exemplo disso se relaciona à uma notícia que li dia desses, sobre a possibilidade de a TV Globo deixar de transmitir a Fórmula 1, a partir do ano que vem, por queda frequente de audiência. Depois de Ayrton Senna, não surgiu um brasileiro capaz de levantar a taça no mais famoso torneio de automobilismo do mundo.
Ok, é mais legal torcer quando há alguém que nos represente ou com quem nos identificamos e esse esportista seja incrível, fantástico no que se especializou, mas não é possível apreciar e acompanhar algo, pelo esporte em si, mesmo que os melhores atualmente sejam alemães, ingleses, espanhois, como na Fórmula 1, no tênis e, no próprio futebol?
Não estou aqui defendendo que todo mundo deve acompanhar diversos esportes, ler e assistir a diversos programas do gênero, mas apenas discutir o puro e simples desinteresse sobre esportes quando não há um vencedor.
Enfim, apenas uma reflexão a respeito, porquanto a falta de interesse do brasileiro por esportes, em minha opinião, tem relação com inúmeros fatores que vão além da falta de paixão ou conhecimento de determinado esporte, ainda que sejamos a sede das próximas Olimpíadas.
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