No domingo do dia 06 de abril foi
o segundo e último dia da terceira edição de Lollapalloza Brasil, realizado no
Autódromo de Interlagos, em São Paulo, depois de duas edições no Jockey Club.
Fazia um calor intenso de trinta
e dois graus, que exigiu esforço, principalmente para pessoas que não fazem
exercícios como eu.
Dentro do autódromo, mais
caminhadas de um palco a outro. Exige-se mais de quem pretende assistir shows
diferentes, fato comum e que diferencia um festival, mas em razão do espaço bem
maior do que o Jockey, ficou mais fácil circular lá dentro e ver os shows do
Palco Ônix, de onde vimos o Soudgarden no começo da noite, mesmo estando longe
do palco.
O primeiro show que assistimos foi
do quarteto feminino londrino Savages. A banda tem apenas um disco, Silence Yourself,
lançado em maio de 2013. Revisitam o pós-punk inglês com identidade e agrada
fãs de Siouxie and The Banshes e Joy Division, ingrediente que me agrada e
fizeram com que eu virasse fã, tanto que o disco de estreia do grupo foi um dos
que eu mais ouvi ano passado e a vinda delas se tornou um dos motivos para eu
ir ao festival. As quatro integrantes entraram no palco, vestidas de preto, e o
único item colorido era o sapato rosa da vocalista Jenny Berth.
Savages |
O sol
escaldante e o visual das garotas poderia ter criado um anticlímax, não fosse a
competência da banda ao vivo, executando quase todas as canções do disco
Silence Yourself com perfeição, com destaque para She Will, No Face, City´s
Full e Husbands, na bela voz de Jenny, que tem uma presença de palco
incontestável e que faz falta a outros frontman/woman mais experientes e com
anos de carreira nas costas. Além dela, as outras três integrantes tocavam com a energia de poucos e Jenny tentava se comunicar com a plateia, arriscando mais de três frases em português e
agradecimento com "obrigada" várias vezes.
Ao término do show, a sensação era de que
poderia ouvi-las por mais uma hora, só que num lugar menor e fechado, repleto
de fãs, vários deles conquistados nessa apresentação.
Depois do início “selvagem”, como
jornalistas definiram a apresentação do Savages, paramos para comer e beber.
Para esse ano, além das barracas de lanches e salgados, o festival criou o Chef´s
Stage, no mesmo esquema do Chefs na Rua. A ideia deu certo e era possível
degustar pratos de chefes conhecidos de restaurantes renomados por R$ 15,00 a
R$ 20,00. O local funcionou muito bem, com espaço paro o público se alimentar
lá dentro e o atendimento para adquirir fichas e comprar a comida foi rápido. Eu
escolhi um risoto de lingüiça calabreza e hot dog francês.
Seguimos para o show do Pixies. Foi
a segunda vez que vi a banda. A primeira foi no finado Festival SWU. A
apresentação no Lolla foi melhor do que a anterior. A banda tem ótimas músicas,
influenciou vários grupos, inclusive o Nirvana, que é uma das minhas bandas
favoritas, mas não faz um show tão empolgante, porém, bastaram tocar sucessos como
“Here Comes Your Man”, “Where is My Mind” e “Monkey Gone to Heaven” para fazer
a alegria da galera no início da noite.
Mais caminhada
para chegar até o palco onde o Soundgarden se apresentaria. A banda nunca
esteve no Brasil e voltou com novo disco, King Animal, lançado em 2012.
Ingredientes suficientes para lotar o palco.
O Soundgarden fez parte do movimento
grunge e colocou Seattle no mapa da música, junto com Nirvana, Pearl Jam e
Alice in Chains. A minha paixão pelo rock alternativo começou com essas bandas
no início dos anos noventa e não podia deixar de assistir o galã Chris Cornell
desfilar canções que embalaram a minha adolescência. “Outshined”, “Black Hole Sun”, “Spoonman” e “Jesus
Christ Pose” foram tocadas na primeira parte do show, que ainda teve “The Day I
Tried to Live”, “Rusty Cage”, a balada “Blow up the Outside World” e “Fell on
the Black Days”. Um ótimo show com um gosto de nostalgia.
Saímos um pouco antes do término
do show do Soundgarden para pegarmos o Arcade Fire desde o início. A banda veio
ao Brasil em 2005, no extinto Tim Festival e tocou antes do Strokes!!! Quem
diria? Anos de espera fez com que a banda lançasse, nesse período, mais três
discos, entre eles, o recente Reflektor, um dos melhores de 2013. O álbum é
inspirado no filme brasileiro Orfeu e a abertura do show trouxe imagens filme.
A abertura magnífica com Reflektor, faixa-título do disco, antecipou e deu
certeza de que seria um espetáculo da banda na sua melhor forma, com quatro
discos ótimos e em plena forma no palco. O set list prestigiou músicas dos
quatro discos.
De Funeral, o primeiro e meu favorito, ouvimos Rebellion (Lies), três Neighborhood (Laika, Power Out e a belíssima Tunnels), Haiti e Wake Up, que falarei no final do texto. No Cars Go foi a única representante do denso Neon Bible. Para The Suburbs, escolheram Ready to Start e a faixa título, introduzida por Win Buttler como “uma música que fala sobre saudade”, a frase toda em bom português. As músicas de Reflektor funcionaram bem ao vivo e o “set list” ficou bem equilibrado, com momentos de todos os álbuns da carreira. No meio disso tudo, ainda teve trechos de "O Morro Não tem Vez" de Tom Jobim e "Nine of Ten" de Caetano Veloso. Como se não bastasse a qualidade sonora, as luzes do palco e as imagens do telão engradecem o show da banda, que até faz chuva de papel picado sem ficar brega.
De Funeral, o primeiro e meu favorito, ouvimos Rebellion (Lies), três Neighborhood (Laika, Power Out e a belíssima Tunnels), Haiti e Wake Up, que falarei no final do texto. No Cars Go foi a única representante do denso Neon Bible. Para The Suburbs, escolheram Ready to Start e a faixa título, introduzida por Win Buttler como “uma música que fala sobre saudade”, a frase toda em bom português. As músicas de Reflektor funcionaram bem ao vivo e o “set list” ficou bem equilibrado, com momentos de todos os álbuns da carreira. No meio disso tudo, ainda teve trechos de "O Morro Não tem Vez" de Tom Jobim e "Nine of Ten" de Caetano Veloso. Como se não bastasse a qualidade sonora, as luzes do palco e as imagens do telão engradecem o show da banda, que até faz chuva de papel picado sem ficar brega.
Para o final, Wake Up, de
Funeral, que fecha todos os shows da banda. Sonhava em cantar a letra e o Ooohh
ooohhhh no começo e repetido no meio da canção ao vivo. Final apoteótico para
um show perfeito de uma sinergia entre público e banda como poucas vezes eu vi. Era
a última música e o término do festival, mas os momentos inesquecíveis ficarão
para sempre, ainda mais sobre esse show que é um dos melhores da minha vida.
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